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Muito protagonismo e pouco resultado concreto
Por Professor Bertoncello*
Por Rádio Serraria
Publicado em 17/07/2025 08:44
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Vamos analisar o que está acontecendo na política externa entre Brasil e Estados Unidos. No início de abril, os EUA posicionaram o Brasil de forma privilegiada, com uma tarifa de 10% sobre exportações, enquanto outros países enfrentavam taxas bem mais altas. Agora, a situação se inverteu: o Brasil enfrenta tarifas de 50%, enquanto outros países pagam menos. O que mudou? 

O primeiro passo é entender que políticas externas são definidas pelos governos com uma visão macroeconômica. Já as relações comerciais, compra e venda de produtos, são conduzidas por empresas, que buscam lucro e acesso a mercados, com uma lógica pragmática e microeconômica.

Nesse cenário, Brasil e Estados Unidos nunca estiveram tão distantes. Enquanto líderes como Javier Milei (Argentina) e Giorgia Meloni (Itália) trocam visitas, eventos e conversas diretas com os EUA, o presidente Lula, não foi convidado oficialmente para a posse de seu homólogo americano, não recebeu ou deu nehum telefonema. Do lado brasileiro, observa-se um movimento de distanciamento do dólar e dos valores ocidentais, como o apoio à defesa territorial de Ucrânia e Israel, ao mesmo tempo em que se estreitam laços com países abertamente hostis aos EUA, como o Irã.

Enquanto isso, empresas brasileiras e americanas constroem, apesar dos governos, uma sinergia benéfica e crescente. Em 2019, o intercâmbio comercial era de pouco mais de USD 29 bilhões para cada lado. Em 2024, ultrapassou os USD 40 bilhões em exportações e importações. Esse movimento de ganhos mútuos está agora em risco. E os maiores prejudicados são os empresários do Sudeste, especialmente os de São Paulo: com as tarifas de 50% impostas pelos EUA, as perdas estimadas nas exportações são de cerca de USD 6,4 bilhões. Se o Brasil retaliar com tarifas também de 50%, as empresas brasileiras deixarão de importar cerca de USD 5 bilhões, com perdas diretas no mercado interno, principalmente em setores como saúde, medicamentos, inseticidas e aeronaves.

Caso a escalada continue e os EUA dobrem novamente as tarifas, as perdas das empresas paulistas podem atingir USD 13 bilhões. O impacto seria devastador. Setores como suco de laranja, aeronaves, papel e celulose, equipamentos industriais e toda a cadeia da carne sofreriam prejuízos expressivos. A consequência direta: aumento do desemprego e retração do PIB brasileiro.

Diante desse cenário complicadíssimo, o que vemos? Políticos em busca de protagonismo. De um lado, o presidente Lula minimizando os problemas, como se chupar jabuticaba resolvesse a questão. De outro, governadores tentando assumir papéis de chefes de Estado. Enquanto isso, o impacto recai sobre a economia real: empresas exportadoras perderão mercados, e a população sofrerá com o aumento dos custos de medicamentos e insumos agrícolas se as importações forem taxadas. 

Aqui temos que entender a raiz do problema e seus desdobramentos, o Brasil esta se tornando um país que esta hostil na visão americana de mundo, as taxas não são econômicas na sua essência, afinal antes eram abaixo da média mundial e agora esta acima, elas são politicas, e agora você deve se perguntar e o Bolsonaro onde entra nesta historia, simples. Inimigo do meu inimigo é meu amigo, o ex-presidente Bolsonaro é o principal opositor ao Lula e por isso vai ser apoiado pelo presidente dos Estados Unidos. 

É preciso compreender a raiz do problema e seus desdobramentos. O Brasil está se tornando, aos olhos dos EUA, um país hostil. As tarifas impostas não são puramente econômicas, antes, estavam abaixo da média mundial; agora, estão acima. São decisões políticas. E aí entra a pergunta inevitável: onde entra Bolsonaro nessa história? Simples. O inimigo do meu inimigo é meu amigo. Bolsonaro é o principal opositor de Lula e, por isso, tem o apoio tácito de Donald Trump.

Enquanto políticos disputam holofotes, as empresas, que buscam lucro e mercado, sofrem. Não se iluda: se o canal de comércio Brasil-EUA for rompido, as empresas americanas encontrarão outros parceiros globais. Uma vez quebrada essa relação comercial, os resultados serão devastadores por um longo período, afetando todos os envolvidos. Menos protagonismo e mais resultados concretos, por favor.

https://www.instagram.com/phdbertoncello

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