O vereador Cabo Ângelo usou a tribuna da Câmara Municipal de Diadema para defender as operações policiais realizadas no Rio de Janeiro, especialmente na comunidade da Rocinha. Ele afirmou que o tráfico de drogas representa apenas 25% do faturamento das organizações criminosas, que movimentam entre 12 e 15 milhões de reais por mês. Segundo o parlamentar, há uma estrutura econômica paralela que envolve diversos setores da vida cotidiana dos moradores.

De acordo com Ângelo, mototáxis, vans, bares, restaurantes, lojas, salões de beleza e festas são obrigados a pagar taxas semanais ou mensais ao crime organizado para funcionar. Ele citou que dois mil mototáxis pagam 150 reais por semana, gerando cerca de 1,2 milhão de reais por mês. Além disso, produtos essenciais como gás, água e internet são vendidos exclusivamente por fornecedores ligados ao crime, com preços superiores aos praticados fora da comunidade.

O vereador destacou que há interesses de pessoas influentes na manutenção desse sistema, o que explicaria as tentativas de deslegitimar as operações policiais. Ele afirmou que essas ações visam a retomada de territórios pelo Estado e a libertação dos moradores de um regime de opressão econômica e social. Ângelo criticou as narrativas que circulam nas redes sociais, alegando que elas não refletem a realidade enfrentada pelas famílias da Rocinha.

Segundo pesquisa citada por Ângelo, realizada pelo Instituto Atlas, 87% dos moradores da comunidade aprovaram a operação policial. O apoio não se deve apenas à retirada de criminosos, mas à esperança de mudança nas condições de vida. O vereador concluiu que o combate ao crime organizado vai além do enfrentamento ao tráfico, sendo uma ação necessária para restaurar a dignidade dos moradores e garantir a presença efetiva do Estado.